Não sei se impressionada ou não,parece que caiu como uma luva pros sentimentos desses últimos dias...
Infeliz senhora que palita os dentes...seu cheiro ainda está no ar e no clima .
A Dama que palita os dentes
" Quando eu menos esperava, alguém disse ao meu lado: "Por que você não escreve sobre a morte?".
(...)
Pois, como escrevi e disse várias vezes, somos uma sociedade agitada, mas sem muita alegria.
Muita gritaria, pouca comunicação. Muita exibição de sensualidade, tantas vezes artificial e forçada, mas pouco amor.
Muito palavrório, pouca realização.
Muitas receitas sobre como educar os filhos, por exemplo, e a meninada tantas vezes sem compustura ( e nós?, e nós?), cheia de exigências, quando deveria era reclamar por estudo melhor, mais rigoroso, mais exigente, melhores professores, mais bem pagos e mais exigidos também. Mas queremos tudo simples e simplificado, queremos logo um bom emprego, de preferência de chefe, claro, quem quer ter de subir no emprego, quem quer ter de subir na vida?
A gente quer estar logo no topo, ganhando bem, e nada de supervisor espiando por cima do ombro para ver se estamos trabalhando no computador ou entrando no face, no twitter, na pornô.
A gente não quer saber de nada sério, morte é coisa de velho,porém, como dizia a Clarice, a Lispector, " um dia, tinha se passado vinte anos."
Um dia terão se passado quarenta anos, cinquenta, e a gente não vai nem saber que viveu,porque viveu,como continua vivendo.
" Desperdício" é uma das palavras que mais detesto na nossa língua e na nossa realidade. Desperdício de comida e dinheiro, de esforço, e de vida.
Desperdício dos afetos, quando enganamos ou traímos. Quando somos irresponsáveis feito adolescentes eternos, e não acho graça nenhuma nisso. Atitudes de criança e de adolescente são toleráveis ou até graciosas na idade devida. Depois ficam chatas, depois ficam inconvenientes, ficam burras.
Quando penso na morte, não é só como a sombra da separação, mas como esse enigma que nos espia no fundo de um espelho onde, se sorrimos, nosso reflexo pode não sorrir - e aí o que a gente faz? Aí a gente se arrepende das besteiras, das bobagens, não daquelas naturais, normais - porque não somos perfeitos, que os deuses nos livrem das pessoas exemplares - mas da grande bobagem de ter vivido sem perceber, sem curtir.
Não a curtição da bebida, da droga, da promiscuidade, mas da coisa profunda e gostosa dos bons afetos, da maravilhosa natureza. Dos trabalhos humanos que nos fizeram chegar das cavernas dos trogloditas até a mais apurada tecnologia que nos permite ver e ouvir pessoas amadas a milhares de quilômetros de distância, conhecer culturas, entender gentes, apreciar a arte, percorrer a natureza a mais remota, sem sair da mesa do computador.
O olhar da velha dama à espreita com seus olhos de gato, palitando os dentes como se não tivesse pressa, pode nos levar a mudar um pouco o mundo,sendo interessados, descentes, compassivos, leais. Isto é o que, talvez, a ideia eventual do efêmero de tudo pode nos trazer, sem drama: a consciência do nosso valor, da nossa capacidade, da nossa importância. "
Oi Lu!
ResponderExcluirMinha querida amiga Lu!
Obrigada por seu abraço de ontem, por me entender e pelo apoio. Parece que esses sentimentos vem e vão né?! Hoje estou melhor, mesmo com essa chuva chata lá fora e essa dor aqui dentro. De qq forma, saber que existe alguém que te compreende, faz bem! Obrigada por ser essa pessoa!
Seria muito bom mesmo se morássemos pertinho e pudéssemos, vez ou outra, tomar um café e bater um papinho...
Belo texto este que vc transcreveu. Tudo a ver mesmo. Sinto essas mesmas coisas...
Dias melhores, né Lu!
Para todas nós!!
Beijos
Ju
Ou Lu,
ResponderExcluirFenomenal esse texto!
Adorei!
Boa sorte no sorteio!
Beijos
Chris
http://inventandocomamamae.blogspot.com/
gostei....
ResponderExcluirAi Lu que lindo! Amei e copiei pra mim! Simplesmente perfeito!
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